Eu lembro como se fosse hoje, eu estava no meu trabalho, sentada em frente a minha mesa, trabalhando no meu computador, quando o celular toca, é minha mãe chorando desesperadamente. "Daiane, vem pra cá, o Rodrigo..."
"O quê mãe? Não entendi..."
"O coração do Rodrigo parou de bater, vem pra cá."
Levantei e abandonei o trabalho naquele mesmo instante, tomei um ônibus, mas não liguei os pontos, o coração dele tinha parado de bater, imaginei uns quatro médicos em volta dele com aquele desfibrilador tentando reanimá-lo, e até eu chegar lá, tudo estaria bem. Cheguei ao hospital, minha mãe com os olhos inchado, minha madrinha me recebeu em prantos, perguntei como ele estava, e me deram a notícia. Sabe quando você não quer acreditar? Ou talvez não é nem questão de querer ou não, é que simplesmente soa como piada, "meu irmão? morto? aaahh, tá bom, ele ia receber alta sexta agora..." Mas começou aquele corre corre de cartório, funerária, cemitério, caixão, taxa, roupas pretas, choros... No fim das contas, a ficha só caiu quando eu fui pro necrotério ajudar minha mãe a por a roupa no Rodrigo, já gélido, durinho, inchado, sem respiração, sem batimentos cardíacos...
Era pra ele estar aqui comigo agora mesmo, sempre que ligo a TV, e passa algum desenho animado, lembro dele, na verdade, ainda tudo o lembra, e hoje, depois de um mês, parecem que algumas coisas veem à tona. Foi um dia difícil, mas esse foi só o primeiro dia 18 depois daquele dia 18. Foi o dia em que ele nasceu, e o dia em que ele faleceu. Não sei se amo ou se odeio esse número. Por enquanto ele me traumatiza.
O universo não é maior que essa saudade que sinto de ti... Eu amo você, Guigo ♥